quinta-feira, 11 de junho de 2020

Um Novo Mundo na Educação e na Vida...

E as saudades do abraço!

A situação atual que a humanidade está a viver trouxe ao mundo uma nova perspetiva
sobre a palavra «liberdade». Neste momento, toda a gente, desde os mais pequenos,
que ainda estão na fase dos «porquês», aos mais velhos, que pensavam já ter visto de
tudo, adotou uma maneira totalmente revolucionária de viver.
Eu, estudante do 11º ano, vejo as diferenças mais extremas na educação. As aulas
passaram a ser totalmente dependentes do uso das novas tecnologias e da imensidade
de plataformas digitais dedicadas à educação. O estudo agora é nosso, não dependemos de mais
ninguém para continuarmos ao ritmo das aprendizagens obrigatórias, e pela primeira
vez, conseguimos entender o que é fazer um estudo autónomo. Claro que temos o apoio
do nosso grupo de professores, que se mostra sempre muito disponível para arranjar
um tempinho e esclarecer-nos o máximo de dúvidas possíveis. É evidente que o
contacto entre turma, embora reduzido, é um dos nossos maiores suportes, se antes já
nos ajudávamos imenso, porque havia sempre algum de nós que pairava durante as
aulas, agora estamos todos mais unidos a tentar passar informações, a tentar não
deixar ninguém para trás, e se outrora existiam rivalidades para ver quem tinha feito
melhor os trabalhos, agora ninguém é egoísta, ninguém se preocupa por o
outro ter tido melhor nota embora tenha sido ajudado, as superficialidades ficaram
para depois e pusemos todos como principal prioridade a interajuda e a comunicação
mais ativa.
Mas esta é a minha realidade, e neste momento, não nos podemos dar ao luxo de
simplesmente esquecermos aqueles que têm mais dificuldades. Não consigo imaginar
o quão difícil estará a ser para os alunos mais carenciados… No Natal a minha turma
desenvolveu um projeto solidário que consistiu na recolha de alimentos para as
famílias mais necessitadas do agrupamento, que infelizmente não têm capacidades
económicas para alimentar uma família muito grande. Agora a pergunta é: como
estarão esses alunos? Como é que fazem os trabalhos sem as plataformas digitais?
Será que receberam ajuda? Se nem capacidades tinham para comprar os bens
essenciais enquanto trabalhavam, será que arranjaram uma solução para conseguir o
indispensável e os materiais essenciais para a autoproteção do vírus? São estas as
dúvidas que tocam a parte de mim mais empática…
Esta é uma nova fase das nossas vidas, e espero que o seu fim não tarde muito a
chegar. A escola pode ser uma das nossas maiores preocupações, mas ao menos
consegue distrair-me a cabeça em relação a assuntos mais pesados, no que diz
respeito ao bem-estar da minha família, dos meus amigos, e até daquelas pessoas que
costumo dizer o típico «bom dia, como está?”, no café, por exemplo. Mal posso esperar
para poder sair à rua sem medos, abraçar os meus, trocar aquelas gargalhadas que nos
fazem doer a barriga, dar um beijinho aos meus familiares. A minha família é muito
numerosa, por isso nem sei a quem vou dar primeiro um abraço, se ao menos pudesse
ser a todos de uma vez…

Podemos todos dizer que fomos reféns de um alerta do mundo. Sim, reféns porque
devido a uma doença horrível que causou imensas mortes e doentes, ficámos
completamente paralisados na tentativa de a erradicar. Espero que a humanidade
aprenda alguma coisa com esta situação. Para mim, a paralisação do mundo e o corte
total de afetos relembrou-me a importância que o toque tem no ser humano. Não
quero voltar a passar por uma circunstância destas, e embora um dia vá contar este
capítulo da minha vida aos meus filhos, espero que, para o mundo todo isto não seja
mais uma história, e que a humanidade tenha sido capaz de tirar importantes lições
deste "intervalo".

Mariana Silva da turma 11º1 CT

Ensino à Distância (E@D) reflexões de excelência!

Em tempos de E@D, apresento-vos dois trabalhos de excelência, sobre esta nova modalidade de ensino, elaborados pela aluna Inês Diogo, de 11.º ano.
Vale a pena lerem e aprenderem. É só clicarem nos links abaixo.

Auto Reflexão sobre o E@D_Inês Diogo

E@D Vantagens e Desvantagens_Inês Diogo

sábado, 21 de março de 2020

Testemunho: No PEFI encontrei a verdadeira felicidade...

Este ano, para o projeto de Cidadania e Desenvolvimento, a nossa turma, entre outras ideias, sugeriu que fizéssemos voluntariado, por exemplo num hospital ou num lar. Como não temos um horário muito flexível, e é ano de exames nacionais, essas ideais acabaram por ser postas de parte e optámos por desenvover o projeto  com os nossos colegas que frequentam o Centro de Aprendizagem e inclusão, na sala PEFI e no Espaço +, para que nos pudéssemos todos conhecer um pouco melhor e colaborar de alguma forma com estes colegas especiais, que precisam de se sentir incluídos, e nós precisamos de conhecer outras realidades e aprender a ser verdadeiros cidadãos.
E assim foi, a nossa turma começou a ir aos poucos, em pequenos grupos com três ou quatro elementos, assistir e fazer parte das suas aulas. Quando chegou a vez do meu grupo, senti-me um pouco nervoso, pois, embora já conhecesse alguns colegas de lá, seria completamente diferente estar no espaço deles e realizar atividades com eles.
Quando chegámos, os nossos colegas receberam-nos bastante bem, com sorrisos e talvez também com um pouco de vergonha e de seguida começámos a ajudar a "arrumar" o espaço, para a primeira atividade que realizámos. O principal objetivo foi conhecermos melhor cada um, ou seja, formando pares, tínhamos de falar um pouco de nós e aprender um pouco um do outro. A segunda atividade consistia em falarmos um pouco do que queríamos para o nosso futuro.
Com estas atividades percebi que alguns colegas do PEFI têm algumas dificuldades em se expressar e em memorizarem coisas, mesmo parecendo simples para nós, acabam por ser difíceis para eles. Percebi também que, mesmo tendo problemas (de vários níveis) e tendo a consciência disso, eles são felizes e gratos pelo que têm, querendo assim ajudar os outros, pois muitos dos sonhos deles estão relacionados com ser professor, trabalhar num lar de idosos…. 
Penso que nós, na nossa vida, queixamo-nos de tudo o que temos e não temos, não percebendo a sorte que realmente temos e que acabamos por não aproveitar bem as coisas que poderiam nos fazer verdadeiramente felizes. Eles sim, aceitando quem são e os seus próprios defeitos/dificuldades e, por isso, acabam por ser realmente felizes…

Bruno Passos, 11.º 1 CT

No PEFI - Prevenir o contágio do Coronavírus

No âmbito do projeto de Cidadania e Desenvolvimento, visitei o espaço PEFI, uma sala situada no rés do chão do pavilhão D, da Escola Secundária Matias Aires. Naquele dia foi possível conhecer melhor alguns colegas com características especiais, embora já tivesse algum contacto com alguns, que frequentam a nossa escola.
Esta visita foi realizada depois da hora de almoço, por volta das 14:00h, do dia 02 de março - era o dia do meu aniversário e a Beatriz, uma menina muito carinhosa com todos, que conheço há algum tempo, por já ter sido minha colega de turma, ofereceu-me de presente um coração que desenhou, pintou e recortou durante o tempo que estive na sala.
Quando entrámos na sala alguns já estavam sentados e os outros foram chegando. Convidaram-nos para nos sentarmos junto a eles. Naquele dia eram, no total, oito meninos, cada um com dificuldades e habilidades diferentes. Fez-se uma breve apresentação individual, em que cada um de nós tinha de mencionar o seu nome, a idade e o curso frequentado. Depois de todos já se terem apresentado, começámos a atividade que estava prevista para aquele dia. O tema foi o Coronavírus; visualizámos um PowerPoint de sensibilização, com métodos de prevenção, foi explicado como há a transmissão do vírus e os cuidados a ter. Seguiram-se perguntas, da professora, para verificar se todos tinham entendido o que fazer, para não serem contaminados, como por exemplo lavar sempre as mãos, e bem,  não andar aos abraços e beijinhos, o que muitos gostam imenso de fazer, entre muitos outros conselhos e informações. Alguns não sabiam exatamente o que responder, mas tentaram, esforçaram-se, e eu valorizei mais o esforço do que a resposta em si, pois alguns são mais capacitados a responder do que outros, ou talvez estivessem com vergonha de responder, mas também admirei os que reponderam corretamente, pois demonstraram que estiveram atentos ao que lhes foi transmitido.
Num tempo letivo, houve também momentos de riso e interação, o que me deixou muito feliz, pois senti estes colegas felizes, mesmo percebendo as grandes dificuldades que apresentam.
Foi uma experiência incrível, que não irei esquecer. Não só pelo presente de aniversário, mas essencialmente por ter tido a oportunidade de conviver mais de perto com estes colegas especiais, que são tão diferentes, mas tão iguais a nós. 
Afinal todos nós temos as nossas fragilidades, mais visíveis ou menos, todos temos mais capacidades para umas coisas do que para outras, mas todos somos humanos que podemos ser atingidos pelo vírus Covid19 e a prevenção tem que nos unir.

Tuíla Silva, 11.º 1 CT

quinta-feira, 19 de março de 2020

PEFI: Uma experiência incrível e coração cheio!

No dia 20 de fevereiro do ano corrente tive a minha primeira experiência com os alunos do «Projeto Educativo de Formação Individual», mais conhecido por PEFI.
Foi uma hora dedicada à preparação de máscaras e disfarces para o carnaval, em que cada aluno era responsável pela preparação da sua própria máscara. Estas foram feitas com técnicas simples de moldes, como a do balão, por isso os materiais que foram usados para as decorar eram à base de purpurinas, fitas, bolinhas coloridas, etc.
Antes de se começar a atividade foi feito um jogo de apresentação, onde nos organizámos a pares. Dentro dos mesmos cada um tinha de fazer perguntas ao outro elemento, e decorar as suas respostas para no final apresentar o seu parceiro ao resto da turma. Eu fiquei com o aluno F., e as perguntas que fizemos foram: «como te chamas e que idade tens?», «o que queres ser quando fores grande?», «o que mais gostas na escola?» e «o que gostas de fazer?». Fiquei a saber que o F. gosta imenso da
escola para estar com os amigos, que adora atividades ao ar livre e que gostaria de ser futebolista.
Eu e o F. fizemos duas máscaras em trabalho colaborativo, ou seja, nenhum de nós trabalhava sozinho, ele dizia-me as suas ideias e eu apenas o ajudava a manipular os materiais, sobretudo as tesouras e colas. As máscaras ficaram cheias de brilhantes e cores porque, segundo ele, o carnaval tem de ter muita cor pois é muito divertido.
Embora pareça uma atividade muito simples, foi o suficiente para perceber o gosto destes meninos em trabalhar em conjunto e realizar atividades alusivas ao tema da época. Senti-me de coração cheio, pois receberam-nos da melhor forma possível, e, em muito pouco tempo, mostraram uma enorme alegria por nos ter lá.
A parte que mais me tocou foi quando me apercebi que a escola é a melhor realidade destes meninos, que todos adoram ir para a escola por ser o único espaço onde podem ter esta interligação toda, onde têm as suas melhores amizades e onde se sentem integrados.
Foi uma experiência incrível por poder trabalhar com pessoas da minha idade, colegas de escola, e que apesar de terem uma realidade muito diferente da minha,  não deixam de ser muito humanos, com a sua própria personalidade e gostos.

Mariana Silva, 11.º 1 CT

quarta-feira, 18 de março de 2020

Mais um Testemunho: Incluir é abraçar... e ser cidadão!

Viver e Partilhar (n)a Inclusão é o projeto da turma 11.º 1 CT, no âmbito de Cidadania e Desenvolvimento. Queremos perceber quais as diferenças e dificuldades dos alunos com necessidades especiais, incluí-los mais na escola, queremos que eles se sintam abraçados por nós e por todos, queremos interagir e conhecer a maioria dos alunos e percebermos quais as diferenças e dificuldades destes alunos, para podermos cooperar.
O C.A.A. (Centro de Apoio à Aprendizagem) tem várias valências: o PEFI, onde têm aulas os nossos colegas com  Projeto Educativo de Formação Individual, são alunos com limitações (motora, visão, auditiva, cognitiva, saúde física e linguagem) - o objetivo é preparar os alunos para a vida pós-escolar; O Espaço + é onde se encontram alunos com limitações mais severas, ali promove-se o bem-estar, a estimulação dos sentidos e a autonomia (possível). Até ao momento só frequentámos o espaço PEFI.
A turma dividiu-se em pequenos grupos e visitou os colegas do espaço PEFI. Com eles realizámos varias atividades, sempre com um intuito de eles desenvolverem capacidades e de os preparar para a vida após a escola. Fomos muito bem recebidos, e gostámos imenso de estar com eles. O que sentimos é quase inexplicável, pois passámos a conhecer a realidade daqueles alunos e as suas dificuldades, que existem todos os dias.
Acabamos por perceber a sorte que temos e por entender que não damos valor ao que temos.
As professoras de ensino especial são incríveis e cada aluno tem um programa pois alunos diferentes requerem atividades e aprendizagens diferentes, mas todos em interação e cooperação.
Esta primeira ida ao PEFI foi para nos conhecermos, pois iremos  realizar outras atividades, construídas por nós, de preferência relacionadas com as nossas disciplinas, de Ciências e Tecnologias, que possam adaptar-se a estes colegas.
A turma 11.º1 CT já tinha, no ano passado, realizado um projeto de Cidadania e Desenvolvimento. Fizemos a dramatização de um dilema moral. Uma médica e um paciente que contraiu VIH, viveram um grande dilema. O paciente, após trair a sua mulher, contraiu VIH, mas não quer contar à esposa o sucedido, deixando a médica num dilema bastante complexo. Apresentámos a dramatização, por duas vezes, a várias turmas da escola, sendo que o público fez parte do dilema, pois foi chamado a participar e discutir os valores em causa, bem como a decisão.
Este nosso novo projeto assemelha-se ao do ano letivo passado, pois está a permitir-nos interagir com outros colegas da escola, ou seja a aprendermos a ser cidadãos.

Rui Bernardo, 11.º 1 CT

PEFI: Felicidade e Empatia

Ir ao PEFI foi uma das melhores experiências que vivi até hoje. Não me importaria de passar lá mais tempo e poder ir lá mais vezes.
No dia que entrei no PEFI aqueles meninos, nossos colegas, fizeram-me ver a vida de outra maneira, pois com eles aprendi que apesar de todas as diferenças/limitações, que trazem dificuldades,mas que enfrentamos na vida, isto não pode nos impedir de ser feliz. Eu senti ali meninos e meninas felizes, mesmo sendo alunos com necessidades especiais.
Uma das coisas que mais gostei de ouvir lá foi quando um menino disse que o sonho dele é que ninguém nascesse com deficiência, o que me tocou muito. Pensei então que se estivesse no lugar dele esse também seria o meu sonho, mas mesmo não tendo limitações como eles, também gostaria que não houvesse crianças com estes problemas, mas se há, então temos que ser felizes com eles, incluí-los na sociedade, ajudá-los e compreendê-los.
Uma lição que aprendi é que devo reclamar menos e agradecer mais, e, acima de tudo, sentir empatia pelas pessoas à minha volta.

Tcholana Gomes, 11.º 1 CT

terça-feira, 17 de março de 2020

Depoimento: Aprender a SER melhor PESSOA

O projeto de Cidadania e Desenvolvimento  foi pensado em conjunto, ou seja, os alunos foram ouvidos e o conselho de turma também deu sugestões. Inicialmente surgiram bastantes ideias, nomeadamente: voluntariado em hospitais, lares, ou ajudar no banco alimentar.
Tendo em conta o nosso horário e disponibilidade, decidimos colaborar com quem está mais próximo de nós: os nossos colegas especiais, que frequentam o Centro de Aprendizagem e Inclusão, na sala PEFI e no Espaço +, para convivermos e ajudarmos estes colegas diferentes.
Assim, em pequenos grupos, já passámos pela sala do PEFI com o objetivo de desenvolvermos atividades com os jovens com necessidades especiais…
Inicialmente pareceu-me bastante simples, pois já tinha convivido com jovens com necessidades especiais tendo em conta que a minha mãe trabalha no CECD (Centro de Educação para o Cidadão
com Deficiência). Considerei desde logo que seria uma experiência enriquecedora para todos, tanto para mim como para os colegas do PEFI. No entanto, surgiram-me algumas dúvidas como: O que iria fazer? Como me iria dirigir àqueles jovens? Como iria trabalhar em equipa com eles? Percebi que tinha de passar à prática, a inclusão não é só ver estes colegas e dizer-lhes “Bom dia”, é também conviver e partilhar com eles, momentos lúdicos e de aprendizagem.
Quando entrei na sala, senti-me bem recebido por aquele grupo que nunca tinha trabalhado comigo, de imediato pensei retribuir aquele afeto. Dividimo-nos por pares e tentei conhecer melhor o outro
colega, perguntei-lhe o nome, o que gostava de fazer nos tempos livres e sobre o que ele mais gostava. Percebemos que temos um gosto em comum, o futebol! A partir daí tudo se tornou mais fácil, ambos ficámos mais à vontade, e iniciámos a tarefa proposta.
No final de toda aquela experiência de partilha e de trabalho de grupo senti que o meu colega apesar de todas as suas dificuldades é um jovem cheio de força, que as nossas diferenças não estão assim tão distanciadas porque tinha-me concentrado no que ele era capaz de fazer, e não nas suas dificuldades.
Foi interessante o facto de esta pequena experiência nos dar a ambos uma sensação de felicidade, de estarmos a criar laços e a melhorar a cidadania (ativa e não teórica), pois aqui há uma diferença essencial: passar porestar com.
Através desta experiência, do projeto de cidadania, podemos ser, para além de melhores alunos, melhores pessoas, a começar com aqueles que estão ao nosso lado todos os dias.

Bernardo Santos, 11.º 1 CT

Testemunho: Fui bem recebida, diverti-me e refleti muito...

Quando fui ao PEFI, não estava à espera de ser bem recebida, porque tinha o pressentimento que os colegas achariam que estava a invadir o espaço deles.
Mas ao contrário do que receava, fui bem recebida, com muitos abraços e sorrisos.
Diverti-me imenso com as atividades, mas também consegui perceber a sorte que tenho na vida por não ter, por exemplo, problemas ao expressar as minhas emoções, por conseguir falar, memorizar e não ter outras limitações.
Por mais problemas que tenhamos somos uns sortudos por conseguir fazer uma conta de somar em segundos, por conseguirmos falar e até mesmo andar.
Fizemos alguns jogos, tais como uma corrida em que precisávamos de um par e tínhamos que segurar um livro com a testa e tentar chegar em primeiro lugar; jogámos ao jogo das cadeiras em que a cada ronda que passava tirávamos uma cadeira mas ninguém podia sair, ou seja, tínhamos que arranjar espaço para toda a gente, mesmo só com uma cadeira, de modo a todos poderem continuar a participar; porque esse era o objetivo da atividade, todos participarem e todos ganharem, ninguém perder nem ficar de fora (inclusão).
O que mais me tocou, sinceramente, foi o facto destes colegas serem imensamente felizes independentemente dos problemas/limitações que têm e da discriminação que vivem todos os dias, por terem uma deficiência de que nem sequer são culpados. E o que é mais "incrível" é que fui melhor recebida por eles do que pela maioria das outras pessoas na escola...
Com a ida ao PEFI consegui mudar a minha forma de ver o mundo; realmente somos egoístas e insensíveis, ao pensarmos, tantas vezes, que um  problema mínimo nos pode arruinar a vida, enquanto eles têm que lidar com grandes problemas todos os dias, estas sim são as pessoas que têm uma grande vontade de viver; devemos por os olhos nelas e aprender com estes colegas especiais.

Inês Santos, 11.º 1 CT

Testemunho: Aprender e sentir intensamente!

Em primeiro lugar quero dizer que me sinto muito mais sensibilizada e envolvida com o projeto de Cidadania e Desenvolvimento deste ano letivo, do que com o do ano passado.
O projeto anterior foi bastante divertido, embora o assunto fosse sério. Foi a dramatização de um dilema, entre um paciente e uma médica. O paciente tinha apanhado uma STD (no caso HIV), através de uma traição, mas não queria contar à esposa o seu estado de saúde, nem a traição. A médica estava num dilema moral pois tinha de escolher entre contar à mulher do paciente o seu estado de saúde (estaria a quebrar o sigilo profissional) ou não contar nada à senhora e pôr a vida dela em risco (quebrando assim a promessa que fez em tentar sempre salvar o maior número de vidas possível).
Eu adoro fazer dramatizações (fiz de médica) e, ainda por cima, essa estava ligada a uma área na qual eu estou bastante interessada (área da saúde). O projeto tocou em inúmeros assuntos, importantíssimos, como os Valores Morais, a Ética e ajudou a lecionar alguns conteúdos de 10.º ano, através do tal dilema moral. No entanto, foi um projeto pouco pessoal. Envolveu poucas pessoas, por isso, sinto que foi um esforço de cinco ou seis pessoas (alunos e professora) que, no fim, acabou por tocar pouco a nossa sensibilidade, embora a apresentação da dramatização, por duas vezes, à comunidade escolar, a várias turmas, tivesse alcançado os objetivos.
Mas para mim, o projeto deste ano promete...
Vamos ter a possibilidade de passar um bom tempo com os alunos com deficiências motoras, mentais e outras limitações. Eles são todos meninos tão doces!!
Já fui a uma visita ao PEFI. Adorei! Apesar de já conhecer pessoalmente a maioria dos alunos e conhecer outros de vista, foi maravilhoso. Fiquei super emocionada ao ouvir que os sonhos e desejos destes meninos eram todos tão simples como ajudar os outros: fosse a atender ao público, ser assistente num lar de idosos ou trabalhar numa creche. Todos eles, que em princípio precisariam de mais ajuda, são os primeiros a oferecê-la, de uma forma muito humilde e corajosa. Adorei ouvir um dos meninos com maiores dificuldades a tentar falar na vez dos outros para mostrar que os conhecia e
que sabia as respostas; falar com uma das meninas que conheço há mais tempo e descobrir coisas que não sabia sobre ela; ouvir outro menino revoltar-se contra o futebol português…
Todos estes momentos aqueceram-me o coração e eu mal posso esperar para ir à sala do Espaço+.
Este projeto é muito mais pessoal/envolvente porque ao irmos ter com estes alunos e vermos as expressões de pura felicidade deles, pelo simples facto de estarmos ali sentados com eles a ouvi-los, sentimo-nos logo mais cheios por dentro, com vontade de aproveitarmos tudo o que temos da forma que temos e de não sermos ingratos, nem egoístas. É exatamente por vermos pessoas diferentes de nós e de estarmos com elas, convivermos diretamente, que vamos aprender e sentir mais intensamente.

Joana Gonçalves, 11.º 1 CT

Um Novo Mundo na Educação e na Vida... E as saudades do abraço! A situação atual que a humanidade está a viver trouxe ao mundo uma nova...